O
ortodontista consciente e cuidadoso deve realizar, antes do início de uma
terapia clínica, um correto diagnóstico e um plano de tratamento que contemple
os diversos dispositivos a serem utilizados, as forças e períodos de uso dos
aparelhos, assim como o objetivo final de posicionamento dos dentes e estruturas
faciais.
Porém,
muitas vezes, em função do grau de colaboração do paciente, condições dentoalveolares,
padrão e quantidade de crescimento ou outros fatores que possam dificultar ou
impedir o progresso do plano realizado, nos deparamos com alguns dilemas: o
plano inicialmente desenhado deve ser seguido ou devemos reestudar o caso?
Insistir em uma determinada terapia, para se atingir o objetivo inicialmente
traçado, pode ser prejudicial ao paciente?
Os
profissionais que mais estudaram e que estão mais preparados para responder à
questão “prosseguir, desviar ou parar?” são os pilotos de avião. Este é um tema
de profundo interesse deste grupo, uma vez que, diferente do profissional de
saúde que coloca a vida de um cliente em risco, os aeronautas
responsabilizam-se por centenas de pessoas e ainda colocam a própria vida à
mercê de seu julgamento em uma situação critica.
Franck
Renouard, implantodontista, e Jean-Gabriel Charrier, instrutor de vôo,
conceberam o livro “Em busca do elo fraco – iniciação aos fatores humanos”, no
qual descrevem fatores geradores de erro em ambas as profissões. Segundo eles,
a má avaliação dos riscos, o descumprimento de regras básicas, o extremo cansaço,
o stress e o excesso de confiança
podem resultar em falhas fatais.
Os autores
citam que o uso intenso de checklists
e a boa comunicação com a equipe são fortes aliados da excelência profissional.
Ressaltam também que um bom profissional de saúde, assim como o bom piloto, não
é aquele que define uma meta e a persegue sem desvios, e sim aquele que sabe o
melhor momento de seguir, desviar ou interromper um roteiro, sem com isso
parecer fraco ou despreparado.
Portanto, no consultório, procure seguir o exemplo dos
pilotos de avião, sendo firme no foco de seus tratamentos, mas extremamente
atento à “pilotagem”, para afastar-se de obstáculos e riscos desnecessários.www.vellini.com.br
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